24 abril, 2003

"O brilhar de olhos castanhos dele, acompanhados do pequeno silêncio
(realmente falta de assunto, ou o mais gritante sinal do desejo imediato?).
Toco em sua mão, a não reação ao avanço e a aproximação desta à boca.
Ele dá pequenos toques nas maçãs do meu rosto, um toque pela sobrancelha,
voltando à minha face até meu queixo. Retribuo em seu rosto, reproduzindo com minha mão
em seu rosto os gestos que ele faz no meu. Ouso dizer uma palavra qualquer,
que antes mesmo do início do som é interrompida por um dedo em meus lábios,
em sinal de silêncio. O som desse sinal não vem de minha boca e sim de outra
que se abre num pequeno sorriso. Minha mão em seu queixo, forçando uma aproximação que
tem sua colaboração. Um lábio quente e a boca parece não ter fim. Língua, saliva,
minha mente dentro dela, perdida na efemeridade de um beijo.
A melhor de todas as comemorações, o triunfar do desejo vaidoso e momentâneo.
Um beijo molhado, início de uma série naquela prazerosa meia hora,
em que ele permaneceu ali no bar"

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