20 setembro, 2002

Manifesto da Trepada
Autoras: Ava & Gina



Como a vida em nossa sociedade, na melhor das hipóteses, é um tédio sem fim, e considerando que nenhum de seus aspectos tem a menor relevância para o sexo feminino. A não ser ficar de TPM uma vez por mês, engravidar, parir; cuidar da casa, passar roupas, lavar louça; cozinhar, congelar, esquentar a comida; arrumar a sala, os quartos, a cozinha, o banheiro; ir ao cabeleireiro, fazer alisamento no cabelo, tingi-lo de loiro (desculpe Gina, mas você está na contramão), fazer as unhas, bronzeamento artificial, malhar; levar os filhos na escola, cobrar lição de casa, ir em reuniões de pais e mestres, educar; cuidar dos filhos, limpar, arrumar, pentear e... trabalhar. Só resta às mulheres vibrantes instituir a automação completa e acabar com o sexo masculino. No bom sentido, é lógico!
Hoje é tecnicamente possível e aceitável não reproduzir. Com a ajuda do macho que coloca camisinha, as mulheres podem pensar só no prazer. Agarrar, beijar, trepar com o sexo masculino, hoje, não temos outro objetivo a não ser o de gozar. A biologia explica: o gene x (fêmea) tem uma parte que falta ao gene y (macho), os cromossomos se completam. Em outras palavras, foram feitos para se encaixarem, formarem um único ser, completo no estágio de gene. Ter um macho é tudo. A sensação é emocionalmente ilimitada. A condição masculina já basta e os machos são indispensáveis na vida de uma mulher.
O macho é o complemento que, enredado em nós, proporciona prazer, ou/e goza de prazer. Indispensável para o amor, a amizade, a afeição e a ternura. Ter um macho é se tornar uma unidade absoluta. A inteligência, para a mulher, é uma simples ferramenta a serviço do seu instinto animal de trepar. Porque trepar vai muito além de sensações físicas. Trepar é ressuscitar! Uma experiência única. Consequentemente, é dar o melhor de si, receber o melhor dele, uma sensação indescritível, já que só se pode ter com a união de duas metades que se completam. Estar preso na outra metade é estar no meio caminho entre a terra e o céu, é sentir uma sensação bem melhor do que quando se está só.
É um não ter o falo e o outro não ter o lar.
Embora a sensação ultrapasse o físico, o macho é um apto garanhão. Temos que admitir a capacidade mecânica que todos os homens têm. Em primeiro lugar são capazes de tirar o nosso sapato com o máximo de tesão, de desejo. Não são consumidos pela culpa, vergonha, medo e insegurança. Sentimento que as mulheres só com treinamento conseguem minimizar. Em segundo lugar, o desempenho físico que alguns deles alcançam está próximo da perfeição. E em terceiro, os que conseguem sentir a parceira são capazes de fazer as mulheres ficarem obcecadas pela idéia de tê-lo sempre ao seu lado. Chamar o homem de animal é elogiá-lo. Afinal, nenhum homem pode trepar melhor que um animal. Freqüentemente ouve-se que os homens usam as mulheres, quando o que falta às mulheres é aprender a usar um homem.
Esquecida a culpa, a vergonha, os medos, as inseguranças, as mulheres também podem se tornar máquinas viciadas em sexo. Ser capaz de pegar, tocar, beijar, chupar, abrir as pernas o máximo que puder, para que o macho tenha uma vagina amigável à sua espera. Dar ao macho o que ele espera, um mulher puta e comportada. Ela receberá em troca, aliviará a tensão física também, terá sensações que a masturbação não permite. A satisfação do ego também será grande, porque foi proporcionada por um falo, a parte que lhe falta.
Completamente satisfeitos, os dois, serão capazes de se relacionar cada vez mais; terão vontade de se tocar a cada instante, terão uma sexualidade vasta, penetrante, difusa. Serão fisicamente ativos. O Grande Homem com um Grande Pinto tirando a roupa de um Grande Avião. Enquanto o Grande Avião lambe o corpo do Grande Homem e termina por chupar o Grande Pinto. Eles estarão em busca do gozo interminavelmente. Assim, trepar será uma meta desesperada, compulsiva, buscando abrigar o que está sem abrigo.
Quando macho e fêmea estão incompletos, buscam confraternizar-se, tentando se fundir com o maior número de pessoas possíveis. Reivindicando dinamismo, decisão, calma, objetividade, coragem, integridade, vitalidade, intensidade, profundidade - projetando futuros encontros. Sobressai-se nesse momento a necessidade de ser um bom relações públicas, para ter sucesso em convencer o outro que sabe todos os segredos da sedução; que sabe todas as posições; que goza de ver o outro sentindo tesão.
Depois que a mulher gozar no pênis, e o homem gozar na boca, os dois vão adquirir um sentimento contínuo de "quero mais". Trepar se torna um desejo constante. O sexo em si torna-se a união completa de dois seres. A capacidade de se relacionar, de sentir tesão, faz da vida um êxtase sublime.

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