05 novembro, 2002

Medo do Medo
(Rudolf Steiner)


Nego-me a me submeter ao medo
que tira a alegria de minha liberdade,
que não me deixa arriscar nada,
que me torna pequeno e mesquinho,
que me amarra,
que não me deixa ser direto e franco,
que me persegue,
que ocupa negativamente minha imaginação,
que sempre pinta visões sombrias.

No entanto,
quero levantar barricadas por medo do medo.
Eu quero viver, e não quero encerrar-me.
não quero ser amigável,
por ter medo de ser sincero.

Quero pisar firme porque estou seguro
e não por encobrir meu medo.
E, quando me calo, quero fazê-lo por amor
e não por temer
as conseqüências de minhas palavras.

Não quero acreditar em algo
só pelo fato do não acreditar.
Não quero filosofar por medo
que algo possa atingir-me de perto.
Não quero dobrar-me, só porque
não tenho medo de ser amável.

Não quero impor algo aos outros
por medo que possam impor algo a mim.
Por medo de errar,
não quero tornar-me inativo.

Não quero fugir de volta para o velho,
o inaceitável, por medo de não me sentir seguro de novo.
Não quero fazer-me de importante porque
senão poderia sentir-me ignorado.
Por convicção e amor quero fazer o que faço
e deixar de fazer o que desejo fazer.

Do medo quero arrancar o domínio e dá-lo ao amor.
E quero crer no reino que existe em mim...

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